A POÉTICA DO GINGADO



Para Bel, o capoeira da minha ficção.
a roda
pernas cortavam a dança alucinada dos capoeiras
tudo era força
agilidade dos olhos que pulavam
braços e cabelos que não respeitavam
a gravidade imposta aos humanos
eram negros fortes negros brancos capoeiras!
os homens
homens de todos os dias
operários trabalhadores construtores
de máquinas, imagens e martelos
com seus punhos unidos
ajoelhados pelo ritual
cruzam olhares vibrando palmas
cores amarradas pela cintura
gestos que desafiam o abismo
e todas as almas sentem o canto de pedra do berimbau
a dança
gingavam de todos os lados
ritmos e cores abraçavam-se no espaço
passos, compassos e um corpo no chão
o capoeira pula sobre todas as cabeças
e recomeça o gingado malandro
de outro canto da capoeira
Cleberton Santos.
ILUSTRAÇÕES DE GABRIEL FERREIRA PARA O LIVRO ESBOÇOS. NANQUIM SOBRE PAPEL CARTÃO. 2006.
1 Comments:
Sempre adimiraveis seus desenhos, sua arte, ainda mais destinadas a capoeira, a uma força nestes em especial
besos
Postar um comentário
<< Home