RENOVAÇÃO

Num leve movimento de descida,
que a vingança encontre a minha carne,
que a tua mão firme e sensata segure
o demente punhal que em meu ventre arde.
Nesta tarde, repousa teu cansaço
que não mereço este amor e cuidado
(a que a tua vida se devota e te consome).
Como se nunca me tivesses amado,
mata-me breve, para tua sorte
ou como se ainda me amasses tanto
que a tua única liberdade fosse minha morte.
Nívia Maria Vasconcellos
TELA: "...PARA NÃO SUICIDAR". acrílico sobre gaze colada em papelão de sapateiro. 2006. Gabriel Ferreira
CAPA DO LIVRO DE NÍVIA MARIA VASCONCELLOS