segunda-feira, maio 04, 2009
segunda-feira, março 09, 2009
"Coquetel de abertura da exposição Gabriel Ferreira"
O Pouso da Palavra, situado em Cachoeira, abrirá seu espaço de arte, cultura e comunicação para receber, neste sábado, 14 de março, a partir das 21h, a exposição “Ilustrações para O Amor Natural de Drummond”, do artista baiano Gabriel Ferreira. A mostra tem caráter erótico, entretanto, sem agressão e coberta de uma boa sintonia entre os corpos ali expostos.
O artista plástico informa que características desse novo conjunto de ilustrações são oriundas da “eurótico”, série homônima ao título da obra poética do escritor e professor Patrice de Moraes, que, com os seus versos, despertou em Ferreira um olhar diferenciado a respeito do tema. “Considero ter me voltado para a maturidade artística a partir da sua visão e foi da minha curiosidade em conhecer a obra inspiradora do poeta Patrice de Moraes que partiu a motivação de “reilustrar” alguns dos poemas de O Amor Natural.”, acrescenta Gabriel.
Gabriel Ferreira é artista plástico e artista gráfico, além de músico e graduado em economia pela Uefs. Natural de Tanquinho-Ba, desenha desde os 3 anos de idade, começando suas exposições em 1994 no Tríduo Cultural na própria cidade em que nasceu. Em 2004, ganhou dois prêmios e, em 2007, o Prêmio Juarez Paraíso no 2º Salão Regional de Artes Visuais da Funceb, em Feira de Santana. Suas temáticas são desenvolvidas através de pinturas, desenhos e instalações. Participa de bienais e salões de arte e suas ilustrações já compuseram vários livros, jornais e revistas. Vê na arte uma forma de expressar características que absorveu em sua cidade de origem, muito ligadas à valorização da cultura.
“Ilustrações para O Amor Natural de Drummond” será composta por uma exposição de nove telas que marcam a entrada de Gabriel no Recôncavo Baiano e a abertura dos trabalhos para o ano de 2009. “Com as bênçãos de minhas ‘mulheres’ e a força da poesia que a este dia 14 de março carrega, espero uma noite maravilhosa e um período de exposição bastante produtivo”, conclui o artista.
Essa mostra abrirá um ciclo de várias outras exposições que o Pouso da Palavra pretende agregar com artistas baianos. Portanto não houve data melhor que o 14 de março – já que é o dia nacional da poesia – para a abertura de uma exposição que retrata “O Amor Natural” do grande poeta Carlos Drummond de Andrade.
O QUE: abertura da exposição “Ilustrações para O Amor Natural de Drummond”, de Gabriel Ferreira
QUANDO: dia 14 de março de 2009, a partir das 21h.
LOCAL: Pouso da Palavra – Praça da Aclamação, n° 08. Cachoeira-Ba.
INFORMAÇÕES: (75) 91919772 (Artista) (71) 81909547 (Assessor);
ENTRADA: Franca
Obs.: a exposição se estenderá até o dia 29 de março de 2009.
ASCOM do Pouso da Palavra
Elton Vitor Coutinho
O artista plástico informa que características desse novo conjunto de ilustrações são oriundas da “eurótico”, série homônima ao título da obra poética do escritor e professor Patrice de Moraes, que, com os seus versos, despertou em Ferreira um olhar diferenciado a respeito do tema. “Considero ter me voltado para a maturidade artística a partir da sua visão e foi da minha curiosidade em conhecer a obra inspiradora do poeta Patrice de Moraes que partiu a motivação de “reilustrar” alguns dos poemas de O Amor Natural.”, acrescenta Gabriel.
Gabriel Ferreira é artista plástico e artista gráfico, além de músico e graduado em economia pela Uefs. Natural de Tanquinho-Ba, desenha desde os 3 anos de idade, começando suas exposições em 1994 no Tríduo Cultural na própria cidade em que nasceu. Em 2004, ganhou dois prêmios e, em 2007, o Prêmio Juarez Paraíso no 2º Salão Regional de Artes Visuais da Funceb, em Feira de Santana. Suas temáticas são desenvolvidas através de pinturas, desenhos e instalações. Participa de bienais e salões de arte e suas ilustrações já compuseram vários livros, jornais e revistas. Vê na arte uma forma de expressar características que absorveu em sua cidade de origem, muito ligadas à valorização da cultura.
“Ilustrações para O Amor Natural de Drummond” será composta por uma exposição de nove telas que marcam a entrada de Gabriel no Recôncavo Baiano e a abertura dos trabalhos para o ano de 2009. “Com as bênçãos de minhas ‘mulheres’ e a força da poesia que a este dia 14 de março carrega, espero uma noite maravilhosa e um período de exposição bastante produtivo”, conclui o artista.
Essa mostra abrirá um ciclo de várias outras exposições que o Pouso da Palavra pretende agregar com artistas baianos. Portanto não houve data melhor que o 14 de março – já que é o dia nacional da poesia – para a abertura de uma exposição que retrata “O Amor Natural” do grande poeta Carlos Drummond de Andrade.
O QUE: abertura da exposição “Ilustrações para O Amor Natural de Drummond”, de Gabriel Ferreira
QUANDO: dia 14 de março de 2009, a partir das 21h.
LOCAL: Pouso da Palavra – Praça da Aclamação, n° 08. Cachoeira-Ba.
INFORMAÇÕES: (75) 91919772 (Artista) (71) 81909547 (Assessor);
ENTRADA: Franca
Obs.: a exposição se estenderá até o dia 29 de março de 2009.
ASCOM do Pouso da Palavra
Elton Vitor Coutinho
EXPOSIÇÃO NO POUSO DA PALAVRA

A Exposição ILUSTRAÇÕES PARA O AMOR NATURAL DE DRUMMOND marcará o meu retorno às galerias após um período de tempo longo afastado das mostras individuais. Para além da satisfação de expor no Pouso da Palavra e, do apoio incondicional do poeta Damário Dacruz, celebro minha entrada no Recôncavo com a temática mais expansiva do meu trabalho artístico.
Adentrarei ao “proscénio” com as bênçãos do poeta conjacuipense Patrice de Moraes, o qual me despertou, com a sua poesia erótica, o interesse para me enveredar e colher bons frutos dessa linguagem.
Da iniciativa de ilustrar os seus poemas e, junto a ele promover lançamentos e exposições em conjunto, nasceu a temática “Eurótico”, homônima ao título do seu livro, o qual surgiu (segundo o autor) de uma inspiração arrebatadora após a leitura de O Amor Natural de Carlos Drummond de Andrade. Assim, por curiosidade resolvi emergir também na leitura e, por ousadia decidi ilustrar alguns poemas para compor uma exposição de nove telas bastante sugestivas.
LOCAL: GALERIA DO POUSO (POUSO DA PALAVRA), PRAÇA DA ACLAMAÇÃO, 08, CACHOEIRA-BAHIA
ABERTURA: 14 DE MARÇO DE 2009 ÀS 21h
EXPOSIÇÃO: 14 A 29 DE MARÇO DE 2009.
REALIZAÇÃO: POUSO DA PALAVRA
APOIO CULTURAL: INSTITUTO MARIA QUITÉRIA-IMAQ/PONTO DE CULTURA www.imaq.org.br
terça-feira, março 11, 2008
MORTE DO LEITEIRO

DESENHO DE POESIA
AST 2006
Morte do leiteiro
A Cyro Novaes
Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.
Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morados na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.
E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro...
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.
Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.
Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,é tarde para saber.
Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.
Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
PROCRASTINAÇÃO
DESENHO DE POESIA - INSPIRADA EM CONTO DE NÍVIA MARIA VASCONCELOS
ACRÍLICO/TELA DE GAZE (50x50)cm
2006
Ao tempo e o seu desperdício
O dia amanheceu escuro... olhos soltos diante da paisagem, vazio, mansidão. Transcorrer de segundos que são horas... e a menina, dona de um olhar diverso, transmitia transtorno, desprezo, solidão. Estava lá, à janela, anterior à vida que corria em dissonância com os seus desejos. Era toda abandono... ali... abandono e desassossego. Escolhera esse lugar, fazia-se ali protegida e observadora de tudo... deixava-se. Transcorrer de minutos que são dias... e a menina, à janela, contemplando a vida da qual desejava fazer parte... diluía-se e permanecia ... querer não é suficiente... e seu olhar, enigmático e distante, transmitia um não sei o quê que ninguém percebia. Para ela, o dia sempre amanhecia escuro. Transcorrer de dias que são meses... perdição e desacordo.
CONFLITO
DESENHO DE POESIA-INSPIRADO EM CONTO* DE NÍVIA MARIA VASCONCELLOS ACRÍLICO/TELA DE GAZE
(50x50)cm
2006
*TAMBÉM É COMPOSIÇÃO MUSICAL DE NÍVIA MARIA E PAULO AKENATON
Diante do horizonte, tudo perde a razão. Todo olhar parece insuficiente para alcançar tudo o que pode ser conquistado, e, como um obstáculo, um limite se impõe a cada passo. Braços parcos, finitos para tamanha grandiosidade. O rapaz, à janela, morre... prenhe de sonhos incompletos... Tudo o que é vivo não dura o bastante para ser eterno.
segunda-feira, abril 02, 2007
segunda-feira, novembro 27, 2006
A POÉTICA DO GINGADO



Para Bel, o capoeira da minha ficção.
a roda
pernas cortavam a dança alucinada dos capoeiras
tudo era força
agilidade dos olhos que pulavam
braços e cabelos que não respeitavam
a gravidade imposta aos humanos
eram negros fortes negros brancos capoeiras!
os homens
homens de todos os dias
operários trabalhadores construtores
de máquinas, imagens e martelos
com seus punhos unidos
ajoelhados pelo ritual
cruzam olhares vibrando palmas
cores amarradas pela cintura
gestos que desafiam o abismo
e todas as almas sentem o canto de pedra do berimbau
a dança
gingavam de todos os lados
ritmos e cores abraçavam-se no espaço
passos, compassos e um corpo no chão
o capoeira pula sobre todas as cabeças
e recomeça o gingado malandro
de outro canto da capoeira
Cleberton Santos.
ILUSTRAÇÕES DE GABRIEL FERREIRA PARA O LIVRO ESBOÇOS. NANQUIM SOBRE PAPEL CARTÃO. 2006.
CAPOEIRAGEM

Era o capoeira, então, um elemento das ruas, pois nela estava o seu sustento e o seu lazer. Era um personagem do cotidiano urbano que tinha que respeitar as regras do mundo que o subordinava e lhe era subordinado, o mundo das ruas. O tipo social de rua, ao qual pertencia o capoeira até meados do século XX, na capital baiana, não só seguia as regras de sobrevivências desse mundo indisciplinado, mas também as determinavam.
OLIVEIRA, Josivaldo Pires de. De capadócios das ruas a agentes culturais: um ensaio de história social sobre os capoeiras na Bahia (1912-1937). Monografia premiada no Concurso Silvio Romero. Rio de Janeiro: CNFCP/Ministério da Cultura, 2004.
OLIVEIRA, Josivaldo Pires de. De capadócios das ruas a agentes culturais: um ensaio de história social sobre os capoeiras na Bahia (1912-1937). Monografia premiada no Concurso Silvio Romero. Rio de Janeiro: CNFCP/Ministério da Cultura, 2004.
TELA: NOVOS SERTÕES - A RODA. ACRÍLICO SOBRE TELA. CAPOEIRAGEM 2006. GABRIEL FERREIRA
sexta-feira, outubro 27, 2006
CANÇÃO DAS PROSTITUTAS
Cansadas de sofrer, as dolorosas
se embriagam de sonho, amando as rosas
e amando os lírios em ideais noivados.
SOSÍGENES COSTA
Estilhaços de azul emolduram o poente.
As prostitutas de Sosígenes, encantadoras serpentes,
silenciam no cais dores ausentes.
Vestidos vermelhos amarelados,
em tons furtivos de saudades,
bailam com seus fantasmas na brisa
(volúpia sonora do orgasmo marítimo)
desta tarde longínqua
reverberada em sonetos
naufragados.
Cleberton Santos
ILUSTRAÇÃO PARA O POEMA CANÇÃO DAS PROSTITUTAS DE CLEBERTON SANTOS. ACRÍLICO SOBRE TELA. GABRIEL FERREIRA. 2006.